INCIDÊNCIA DE COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS ALTOS NA POPULAÇÃO MODIFICA OS PARÂMETROS DE MEDIÇÃO NO PAÍS
Tanto o colesterol quanto os triglicérides – gorduras mais relacionadas à alimentação,
que podem se acumular se não aproveitadas pelo corpo – são importantes fontes de
armazenamento de energia e fundamentais para o funcionamento do corpo. Porém, a
elevação destas taxas caraterizam a Dislipidemia, quadro prejudicial à saúde em que
se identifica a presença alta de lipídios (gordura) no sangue.
Por semana, recebo cerca de 60 pacientes. No meu consultório, sem dúvidas, a
dislipidemia é o quadro mais recorrente e, em geral, está associada à obesidade.
Sedentarismo e alimentação rica em gordura e açúcar são os principais fatores que
induzem a este problema", destaca a Dra. Patrícia Helena Maciel, médica
cardiologista que atua há três anos em Fortaleza nesta especialidade.
Tal situação está levando mais pacientes a procurarem ajuda médica para evitar ou
tratar problemas cardiovasculares na atualidade. Em 2014, a Pesquisa Nacional de
Saúde identificou quase 18,5 milhões de brasileiros com colesterol acima de 200
mlg/dl, nível considerado já preocupante. Isto significa que 12,5% da população têm
valores não desejáveis de açúcar no sangue. As mulheres estão à frente e são 15,1%
da amostra; já os homens, representam 9,7%.
A situação alarmente levou à mudança dos parâmetros usados pelos médicos para
medir o problema. Em agosto de 2017, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
alterou os valores de referência para colesterol e triglicérides no intuito de controlar
com mais precisão os casos problemáticos. As alterações foram publicadas em uma
atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose. Na
prática, os exames agora vão indicar os valores de referência de acordo com o risco
cardíaco dos pacientes.
Por exemplo, pacientes com risco cardíaco muito alto devem ter o índice de colesterol
LDL, conhecido como “ruim”, abaixo de 50 ml/dl. Antes, o ideal era o valor de 70.
Quem já sofreu infarto, derrame ou amputações por doenças na artéria devem ficar
atentos. Já no grupo de risco alto estão os diabéticos. Para esses, o LDL deve estar
abaixo de 70 ml/dl. Pessoas que não têm fatores de risco podem ter o índice de até
130 mg/dl. Com a nova diretriz, o Brasil passa a ser o país mais rígido nesse
parâmetro.
Para a Dra. Patrícia Helena, essa atenção maior ao colesterol ruim deve levar a
mudanças no estilo de vida dos pacientes de alto risco. Sempre recomendo o básico:
uma dieta hipocalórica, pobre em ácidos graxos saturados e colesterol atividade física
moderada pelo menos quatro vezes por semana. Tabagismo e estresse potencializam o
quadro, então é melhor evitar esses hábitos, conclui.